MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
PORTARIA/SEI Nº 164, DE 09 de fevereiro de 2022
Estabelece critérios para dosimetria na aplicação da sanção de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito dos campi da Universidade Federal de Juiz de Fora. |
A PRÓ-REITORA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS DA PROPLAN/UFJF, no exercício da função regulamentado pelo art. 8º da PORTARIA/SEI nº 33, de 11 de janeiro de 2022 e no uso das atribuições que lhe foram conferidas pela PORTARIA/SEI Nº 266, DE 03 DE MARÇO DE 2021, e;
CONSIDERANDO a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002;
CONSIDERANDO a NOTA TÉCNICA n. 00021/2022/SECON/PFUFJF/PGF/AGU;
CONSIDERANDO a necessidade de instrução processual administrativa no âmbito da UFJF com adequação entre meios e fins, com vedação a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público,
CONSIDERANDO o constante dos autos do processo nº 23071.902425/2022-72,
RESOLVE:
Art. 1º A dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002, no âmbito dos campi da Universidade Federal de Juiz de Fora, observará o disposto na presente portaria.
Art. 2º Nas licitações na modalidade pregão realizadas no âmbito da UFJF é obrigatória a instauração de procedimento administrativo para a aplicação das respectivas sanções, quando da ocorrência das condutas a seguir relacionadas:
I – não assinar o contrato/ata de registro de preços ou não aceitar/retirar o instrumento equivalente, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;
II – deixar de entregar documentação exigida para o certame.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 2 (dois) meses;
III – fizer declaração falsa ou apresentar documentação falsa.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses;
IV – ensejar o retardamento da execução do objeto.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;
V – não manter a proposta.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;
VI – falhar na execução do contrato.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 12 (doze) meses;
VII – fraudar na execução do contrato.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 30 (trinta) meses;
VIII – comportar-se de modo inidôneo.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; e
IX – cometer fraude fiscal.
Sanção – impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento do SICAF pelo período de 40 (quarenta) meses;
§ 1º Considera-se retardamento na execução do objeto do certame (Inciso IV) qualquer ação ou omissão do licitante que prejudique o bom andamento do certame, evidencie tentativa de indução a erro no julgamento, ou ainda que atrase a assinatura do contrato ou ata de registro de preços.
§ 2º Considera-se não manter a proposta (Inciso V) a ausência de seu envio, bem como a recusa do envio de seu detalhamento, quando exigível, ou ainda o pedido, pelo licitante, da desclassificação de sua proposta, quando encerrada a etapa competitiva, desde que não esteja fundamentada na demonstração de vício ou falha na sua elaboração, que evidencie a impossibilidade de seu cumprimento.
§ 3º Considera-se falhar na execução contratual (Inciso VI) o inadimplemento grave ou inescusável de obrigação assumidas pelo contratado.
§ 4º Considera-se fraudar a execução contratual (Inciso VII) a prática de qualquer ato destinado à obtenção de vantagem ilícita, que induza ou mantenha em erro a Administração Pública.
§ 5º Considera-se comportar-se de maneira inidônea (Inciso VIII) a prática de atos direcionados a prejudicar o bom andamento do certame ou do contrato, tais como:
a- frustrar ou fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório;
b - agir em conluio ou em desconformidade com a lei;
c - induzir deliberadamente a erro no julgamento;
d - prestar informações falsas; e
e - apresentar documentação com informações inverídicas, ou que contenha emenda ou rasura, destinados a prejudicar a veracidade de suas informações.
Art. 3º As sanções previstas nos incisos I a IX do art. 2º poderão ser majoradas em 50% (cinquenta por cento), para cada agravante, até o limite de 60 (sessenta) meses, em decorrência do seguinte:
I – quando restar comprovado que o licitante ou contratado tenha registro no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF de penalidade aplicada no âmbito da UFJF, em decorrência da prática de qualquer das condutas tipificadas na presente norma, nos 12 (doze) meses que antecederam o fato em decorrência do qual será aplicada a penalidade;
II – quando restar comprovado que o licitante tenha sido desclassificado ou inabilitado por não atender às condições do edital, quando for notória a sua impossibilidade de atendimento ao estabelecido;
III – quando o licitante, deliberadamente, não responder às diligências destinadas a esclarecer ou a complementar a instrução do processo licitatório; ou
IV – quando restar comprovado que o licitante tenha prestado declaração falsa de que é beneficiário do tratamento diferenciado concedido em legislação específica.
Art. 4º As penas previstas nos incisos I, II, IV e V do art. 2º poderão ser reduzidas em 50% (cinquenta por cento), uma única vez, após a incidência do previsto no art. 3º, quando não tenha havido nenhum dano à Administração, em decorrência de qualquer das seguintes atenuantes:
I – a conduta praticada tenha sido, desde que devidamente comprovada, decorrente de falha escusável do licitante ou contratado;
II – a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que contenha vícios ou omissões para os quais não tenha contribuído, ou que não sejam de fácil identificação, desde que devidamente comprovado; ou
III – a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que não atendeu às exigências do edital, desde que reste evidenciado equívoco em seu encaminhamento e a ausência de dolo. Parágrafo único: Será da responsabilidade do licitante solicitar a referida redução e apresentar as devidas justificativas, cabendo à Administração analisar para acatar ou justificadamente, indeferir
Art. 5º A penalidade a que se refere o inciso II do art. 2º será afastada quando a entrega da documentação ocorrer fora dos prazos estabelecidos, desde que não tenha acarretado prejuízos à Administração, observando-se ainda, cumulativamente, que:
I – a documentação entregue esteja correta e adequada ao que fora solicitado;
II – o eventual atraso no cumprimento dos prazos não seja superior a sua quarta parte;
III – não tenha ocorrido nenhuma solicitação de prorrogação dos prazos;
IV – não tenha ocorrido nenhuma hipótese de agravantes prevista no art. 3º; e
V – o licitante faltoso não tenha sofrido registro de penalidade no SICAF em decorrência da prática de quaisquer condutas tipificadas na presente norma em procedimentos licitatórios ou em contratações ocorridas nos 12 (doze) meses que antecederam o fato em razão do qual será aplicada a penalidade.
Art. 6º Quando a ação ou omissão do licitante ou contratante ensejar o enquadramento da conduta em tipos distintos, prevalecerá aquele que comina a sanção mais grave.
Art. 7º A aplicação das penas previstas nesta Instrução Normativa não exclui a possibilidade de aplicação de outras sanções previstas no edital, no contrato ou na legislação vigente, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal, inclusive por perdas e danos causados à Administração.
Art. 8º Na apuração dos fatos de que trata a presente Portaria, a Administração atuará com base no princípio da boa-fé objetiva, assegurando ao licitante ou ao contratante a ampla defesa e o contraditório, o direito de juntar todo e qualquer meio de prova necessário à sua defesa, podendo, inclusive, requerer diligências.
Parágrafo único. A Administração Pública formará sua convicção com base na livre apreciação dos fatos e condutas praticadas, devendo, quando necessário, promover diligências para a apuração da veracidade das informações e provas apresentadas pela defesa.
Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
jucilene melandre da silva
Documento assinado eletronicamente por Jucilene Melandre da Silva, Pró-Reitor(a), em 09/02/2022, às 11:25, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020. |
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Referência: Processo nº 23071.900013/2022-12 | SEI nº 0673373 |